Quais São Os Tipos De Periodização Do Treino?

Quais São Os Tipos De Periodização Do Treino?

Imagine que você está treinando há um bom tempo mas, de uma hora para outra, seu corpo para de evoluir e seus resultados estão estagnados. Essa situação é muito comum em quem não faz uma periodização do treino correta.

Seja por falta de informação ou por falta de orientação de um profissional capacitado, a ausência de uma periodização predefinida pode levar seus resultados a um verdadeiro desastre.

Basicamente, a periodização dos treinos consiste em traçar um objetivo e estabelecer metodologias a curto, médio e longo prazo para atingi-lo.

Pode parecer complicado, mas não se desespere! Neste artigo, vamos contar tudo que você precisa saber sobre como fazer periodização corretamente e quais são os tipos mais usados. Acompanhe!

O que é a periodização do treino?

Usada desde a Grécia Antiga para preparar soldados e, posteriormente, os atletas das primeiras Olimpíadas, a periodização do treino é fundamental para atingir os objetivos, seja de atletas competidores ou mesmo praticantes de musculação.

A periodização consiste em estabelecer tipos diferentes de estímulos de treinos em um espaço de tempo predefinido, visando um objetivo maior. De maneira simplificada, é a organização de cada etapa de preparação de um atleta, como se fosse um calendário.

Essa organização, cujo o objetivo é construir e manter os resultados, é feita pensando no calendário do atleta ou, no caso dos praticantes de musculação, no nível de treinamento que eles pretendem atingir no espaço de tempo apresentado.

Por que ela é importante para ter resultados melhores na musculação?

Logo após fazermos um abdominal pela primeira vez, sentimos um enorme desconforto muscular na região trabalhada. Esse incômodo talvez se repita na segunda e na terceira vez, mas, depois de um tempo, se não mudarmos a sequência de estímulos, o corpo tende a se acostumar e não apresentar resultados.

É aí que entra a importância de periodizar os treinos: garantir que o corpo seja exposto a estímulos diferentes em determinados períodos, evitando que se “acostume”. Além disso, a periodização também evita lesões e o chamado overtraining (excesso de treino que leva o atleta ao esgotamento).

Quais são os tipos de periodização do treino?

Por ser um método de planejamento de treinos cujo objetivo é melhorar o desempenho, é normal que existam diferentes tipos de periodização baseados nas metas estabelecidas pelo praticante ao lado de seu treinador.

Antes de conhecer alguns dos principais tipos de organização do treino, é importante conhecer os ciclos a partir dos quais essa periodização é feita:

  • Macrociclo: são estabelecidos os objetivos gerais do atleta. Geralmente, tem a duração de um ano e abriga quatro mesociclos.

  • Mesociclo: com duração média variando entre 4 e 12 semanas, nesses períodos são determinados os tipos de treino (hipertrofia, resistência, força etc.).

  • Microciclo: nesse ciclo, são conquistados os objetivos de curto prazo, como aperfeiçoamento de alguma técnica. Geralmente, tem duração de uma a quatro semanas.

A seguir, veja algumas das formas mais comuns de periodização do treino:

Modelo clássico

Criado pelo russo Matveiv no final dos anos 50, o modelo clássico é baseado em três períodos: preparatório, competitivo e de transição.

No período preparatório, o atleta precisa chegar a sua melhor condição física a partir da preparação geral (melhora nas habilidades de força, resistência e agilidade) e da preparação específica (características voltadas para o esporte).

Durante o período competitivo, o atleta, que já deve estar com o corpo preparado, deve aumentar sua intensidade para atingir seu auge. Nessa intensidade, há a estabilização para a competição.

Já na transição, o aluno precisa recuperar do trabalho árduo conquistado. Para isso, diminui a quantidade e a intensidade dos treinos.

Apesar de ser muito usado, por ser um método criado há mais de 60 anos, muita coisa já evoluiu no mundo dos esportes. Por isso, vale pesquisar e ver se esse modelo realmente se encaixa nos seus objetivos.

Modelo modular

Esse modelo difere do anterior pelo fato de não haver um treinamento geral e sim a ênfase no treinamento específico para cada esporte ou objetivo.

Se, por um lado, o atleta trabalha pontos cruciais para um bom desempenho em determinado esporte, por outro, deixa de trabalhar habilidades gerais, como força e resistência, por exemplo.

Modelo pendular

Idealizado por Arosiev e Kalinin em 1971, esse modelo é uma adaptação do modelo clássico de Matviev.

Na periodização pendular, não há divisão em três períodos, como no modelo clássico, e sim em diversos microciclos. Dessa forma, durante o período estipulado, o atleta alterna entre treinamento geral e específico, mantendo sua melhor condição o ano todo.

Ao final do macrociclo, o volume dos treinos específicos aumentam e os gerais, ao contrário, diminuem. É nesse momento que as habilidades técnicas são aperfeiçoadas. A desvantagem desse modelo é que pode haver estabilização dos resultados.

Modelo de periodização em blocos

Esse modelo surgiu como uma crítica ao modelo clássico. Nessa forma de organização, são priorizados, além do treino físico, a preparação técnica e tática do competidor.

Aqui, o treino se divide em blocos que trabalham cada uma das habilidades sobrepostas a outra. Ou seja: não há um isolamento completo dos blocos.

No primeiro bloco, o atleta trabalha, principalmente, as habilidades físicas. Já no segundo, o foco deve ser em habilidades competitivas. Por fim, o último bloco é composto pelas competições, onde há a necessidade de se manter a forma física.

No entanto, o atleta pode não desenvolver de maneira satisfatória todas as habilidades.

Modelo ondulatório

Nesse modelo, são utilizados diferentes estímulos. A intensidade e a carga de exercício variam, fazendo com que o trabalho também sofra alteração.

Dessa forma, há uma maior adaptação do corpo e, por isso, é um modelo muito usado para treinos de musculação, devido à rapidez do desenvolvimento do atleta. Em contrapartida, o controle e o planejamento não são tão facilmente mensuráveis.

Existem ainda outros modelos de periodização dos treinos que podem ser adotadas. No entanto, a escolha por uma deve ser feita de maneira consciente e com orientação profissional. Somente um professor capacitado poderá identificar sua individualidade biológica e qual método é mais eficaz para seu objetivo. Lembre-se de que os resultados são alcançados apenas com o treino correto e um plano alimentar equilibrado.

Agora que você conheceu um pouco mais sobre periodização do treino, que tal se manter sempre informado sobre o universo fitness? Assine nossa newsletter e não perca nenhuma novidade do blog!

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